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Setembro Amarelo: entenda os sinais da ansiedade e quando buscar ajuda

Setembro Amarelo reforça importância da saúde mental Ansiedade e depressão foram as principais causas de afastamento do trabalho em 2024 por transtornos de ...

Setembro Amarelo: entenda os sinais da ansiedade e quando buscar ajuda
Setembro Amarelo: entenda os sinais da ansiedade e quando buscar ajuda (Foto: Reprodução)

Setembro Amarelo reforça importância da saúde mental Ansiedade e depressão foram as principais causas de afastamento do trabalho em 2024 por transtornos de saúde mental. Mais de 470 mil benefícios foram concedidos no país, segundo dados do Ministério da Previdência obtidos pelo g1. O número é o maior em dez anos e representa um aumento de 68% em relação a 2023. No cenário global, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de um bilhão de pessoas convivam com problemas de saúde mental, mas menos de uma em cada dez recebe tratamento adequado. No Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre saúde mental e prevenção do suicídio, a ansiedade ganha destaque porque está entre os transtornos mais prevalentes no Brasil e pode desencadear ou agravar quadros de depressão. Reconhecer os sinais é fundamental para buscar ajuda no momento certo. O g1 conversou com o psiquiatra de Bom Despacho, José Eduardo Fidelis Campos Costa, que explicou como diferenciar a ansiedade comum do transtorno, quais são os sintomas e os tratamentos mais indicados. Nesta reportagem, você vai entender: O que é ansiedade e quando ela se torna doença? Quais são os sintomas mais comuns? O que pode levar uma pessoa a ter ansiedade? Quais são as opções de tratamento? Qual o papel da terapia e dos medicamentos? O papel do apoio familiar Onde buscar apoio gratuito em Divinópolis ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Centro-Oeste de Minas no WhatsApp 1. O que é ansiedade e quando ela se torna doença? Segundo o Dr. José Eduardo, a ansiedade em seu estado normal é uma resposta adaptativa a situações de estresse, funcionando como mecanismo de preparação. “A ansiedade normal é uma resposta adaptativa a estressores, como antes de uma entrevista de emprego, ajudando a nos preparar. Ela é passageira e proporcional”, explicou. Ela se torna um transtorno quando é excessiva, persistente (mais de seis meses) e começa a interferir diretamente na rotina, no sono, nas relações e no bem-estar. Um exemplo é o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), em que a preocupação se torna incontrolável, levando a pessoa a evitar situações sociais ou ter apreensões constantes sem motivo aparente. 2. Quais são os sintomas mais comuns? O psiquiatra explica que os sintomas podem ser emocionais e físicos. Entre os mais frequentes estão: Inquietação Fadiga fácil Dificuldade de concentração Irritabilidade Tensão muscular Distúrbios do sono Fisicamente, podem surgir taquicardia, sudorese, tremores, náuseas ou a sensação de “nó na garganta”. Em crises de pânico, o medo pode ser tão intenso que a pessoa teme morrer ou enlouquecer. “O comum é um ciclo de preocupação que não para”, observou o médico. 3. O que pode levar uma pessoa a ter ansiedade? De acordo com o especialista, fatores como genética (histórico familiar), traumas, estresse crônico, desequilíbrios químicos no cérebro ou doenças médicas, como problemas de tireoide, podem contribuir. “Na minha experiência, eventos como perdas, mudanças de vida ou até a pandemia exacerbam a ansiedade. Não é ‘culpa’ da pessoa; é uma interação de biologia e ambiente”, reforçou. 4. Quais são as opções de tratamento? O tratamento é individualizado e mais eficaz quando combina diferentes abordagens. “Recomendo uma abordagem multimodal: terapia, medicamentos e mudanças de estilo de vida”, indica o psiquiatra. Terapia: a cognitivo-comportamental (TCC) ajuda a desafiar pensamentos catastróficos. Medicamentos: ansiolíticos e antidepressivos podem ser indicados em casos moderados a graves. Mudanças de rotina: exercícios físicos, meditação e sono regular são aliados. Para fobias específicas, a terapia de exposição gradual é eficaz. O foco, segundo o especialista, é sempre o gerenciamento a longo prazo. Doenças autoimunes aumentam o risco de transtornos mentais, como ansiedade e depressão Engin Akyurt para Pixabay 5. Qual o papel da terapia e dos medicamentos? "A terapia ensina ferramentas para lidar com a ansiedade, como técnicas de respiração e reestruturação cognitiva, promovendo autonomia", explica Dr. José Eduardo. A psicoterapia ajuda a criar estratégias de enfrentamento, enquanto medicamentos como benzodiazepínicos (para alívio de curto prazo) e ISRSs (uso prolongado) reduzem sintomas fisiológicos e facilitam o trabalho terapêutico. “Na prática, combino ambos: remédios ‘abrem a porta’ para o trabalho psicológico, mas a terapia previne recaídas”, afirma José Eduardo. O acompanhamento médico é essencial para monitorar efeitos colaterais e orientar o desmame gradual. 6. O papel do apoio familiar O suporte da família e de amigos é considerado vital no processo de recuperação. “Seja paciente e valide os sentimentos, dizendo ‘entendo que é difícil’”, aconselhou o psiquiatra. Ele recomenda ajudar a identificar gatilhos, incentivar práticas calmantes, acompanhar consultas (quando a pessoa se sentir confortável) e evitar frases que minimizem o sofrimento, como “não é nada”. “Cuide também de si mesmo para evitar esgotamento. Esse apoio reduz o isolamento e reforça a mensagem de que a pessoa não está sozinha”, orientou. 7. Onde buscar apoio gratuito em Divinópolis Em Divinópolis, além do atendimento em unidades de saúde e do CVV (188), a população pode contar com o Serviço Escola de Psicologia (Sepsi) do campus da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Coordenado pela Professora Vanessa Guimarães da Silva, o espaço oferece acolhimento, psicoterapia, avaliações psicológicas, plantão psicológico e grupos terapêuticos gratuitamente. Os atendimentos são realizados por estagiários supervisionados por professores e podem ser agendados por WhatsApp (37) 3229-3589 ou presencialmente no Bloco 5 da universidade. LEIA TAMBÉM: Setembro Amarelo: saiba reconhecer os sinais da depressão e como buscar ajuda Psiquiatra José Eduardo Fidelis Campos Costa Arquivo Pessoal *Estagiária sob supervisão de Mariana Dias VÍDEOS: veja tudo sobre o Centro-Oeste de Minas

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