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Universidade usa nanopartículas para aumentar rendimento de vacinas em até 100 vezes em MG

Pesquisadores da Unifal descobrem forma de multiplicar doses de vacinas A Universidade Federal de Alfenas (Unifal) está usando nanotecnologia para desenvolver ...

Universidade usa nanopartículas para aumentar rendimento de vacinas em até 100 vezes em MG
Universidade usa nanopartículas para aumentar rendimento de vacinas em até 100 vezes em MG (Foto: Reprodução)

Pesquisadores da Unifal descobrem forma de multiplicar doses de vacinas A Universidade Federal de Alfenas (Unifal) está usando nanotecnologia para desenvolver uma substância para melhorar o rendimento das vacinas. Na prática, a descoberta faz com que um frasco de imunizante renda mais aplicações e possa imunizar mais pessoas, aumentando a cobertura vacinal. A nova formulação permite reduzir em até 100 vezes a dose do imunizante sem comprometer sua eficácia. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram A tecnologia potencializa o efeito das vacinas usando nanopartículas que estimulam o sistema imunológico, fazendo com que seja necessário um volume menor de imunizante para o seu efeito, ajudando, sobretudo, em momentos de surtos, epidemias ou pandemias. “Essa tecnologia é chamada adjuvante, ela melhora a resposta que um indivíduo tem a um estímulo vacinal. Essa pesquisa vem sendo desenvolvida há 10 anos. Nós chegamos a uma formulação que são nanopartículas que, quando são adicionadas a frascos que contêm vacinas, têm um potencial de amplificar o número de doses”, explica o professor de microbiologia da Unifal, Luiz Felipe Coelho, coordenador da pesquisa. Os testes experimentais estão sendo realizados em animais. “A gente tem resultados bastante promissores que indicam o potencial uso dessa vacina em humanos e também possivelmente em animais de grande e pequeno porte”, afirmou Coelho. A pesquisa faz parte do mestrado de Mayra Amoreli da Silveira e foi feita em cima do vírus causador da mpox (conhecida também como varíola do macaco). Os pesquisadores desenvolveram e testaram uma formulação de adjuvantes baseada no uso de nanopartículas da proteína albumina bovina, que contêm uma molécula chamada de Poli I:C. Tecnologia desenvolvida na Unifal permite aumentar rendimento de vacinas em até 10 vezes Reprodução EPTV As nanopartículas foram produzidas e analisadas em laboratório e usadas em um protocolo de imunização de camundongos de experimentação, sendo que uma parte dos animais recebeu doses de vacina 10 e 100 vezes menores do que a dose padrão e outra parte recebeu as mesmas concentrações de doses do imunizante, porém, com o acréscimo das nanopartículas. Em seguida, os animais infectados a fim de verificar a eficácia da imunização. Foi observado um aumento na produção de anticorpos antipoxvírus em animais imunizados pela nova formulação vacinal. Também foi evidenciado que os camundongos vacinados com as nanopartículas apresentaram uma diminuição dos sinais clínicos da infecção, como perda de peso e adoecimento, em comparação com os animais vacinados com as mesmas doses, mas sem o acréscimo das nanopartículas. Segundo os pesquisadores, essa abordagem de dose-economia poderia permitir maior cobertura vacinal com menor quantidade de insumo, contribuindo de forma estratégica para o enfrentamento de surtos, epidemias ou pandemias, sendo uma estratégia relevante nas emergências globais em saúde pública, nas quais é necessário vacinar inúmeras pessoas em menor tempo possível, considerando que nem sempre a quantidade de doses disponíveis supre a demanda de todas as populações vulneráveis. Pesquisa ainda tem longo caminho pela frente Sede da Unifal em Alfenas Divulgação Unifal A pesquisa ainda deve passar por várias etapas de validação em animais e humanos antes de ser apresentada como uma possibilidade de uso para o Ministério da Saúde: entre elas, validar a tecnologia de adjuvante baseada em nanopartículas em outros modelos de vacinas usando animais. Depois que esse processo for concluído, verificar se não há nenhum tipo de reação adversa do uso dessa tecnologia em animais e, somente depois, os ensaios clínicos em humanos. O próximo passo da pesquisa é encontrar parcerias nacionais e empresas que possam fazer os testes com menor custo. “Após os testes em animais, nós vamos trabalhar futuramente, assim que tivermos investimentos e outras possibilidades de recursos financeiros, com a análise da segurança dessa nanopartícula em humanos”, disse o professor. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas

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