Réu inocentado de homicídio é levado à delegacia após ser pego com cocaína em júri popular
No júri popular, os três réus foram absolvidos da acusação de homicídio. Um deles, no entanto, por estar com droga dentro do Tribunal do Júri, foi encami...

No júri popular, os três réus foram absolvidos da acusação de homicídio. Um deles, no entanto, por estar com droga dentro do Tribunal do Júri, foi encaminhado à delegacia. Marcelo Almeida/TJMG Um dos réus absolvidos nesta terça-feira (9) pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte foi flagrado com um pino de cocaína durante o julgamento de um assassinato. O homem, que respondia em liberdade, foi considerado inocente pelo crime de homicídio, mas precisou ser conduzido à delegacia por estar portando a droga. Ele e outros dois acusados estavam sendo julgados pela morte de Osmar Marques de Oliveira, de 63 anos. Em setembro de 2021, o idoso foi morto a pauladas e pedradas após ser vítima de uma falsa denúncia de pedofilia por uma moradora da Vila Andiroba, na Região Nordeste da capital (leia mais abaixo). Segundo a Justiça, o pino de cocaína foi encontrado por policiais militares. A juíza que presidia o júri popular elogiou o trabalho dos PMs que identificaram a droga com o réu. "É esse o trabalho, a perspicácia, o tirocínio de uma corporação, que tem esse empenho, que tem esse cuidado, essa expertise de lidar com situações do dia a dia", disse a magistrada Maria Beatriz Fonseca da Costa Biasutti Silva. Apesar da absolvição de homicídio, o homem foi conduzido a uma delegacia da Polícia Civil para assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) — documento jurídico que registra infrações de menor potencial ofensivo. Ele foi solto em seguida. Linchado após falsa acusação Três homens são presos por espancar até a morte idoso em Belo Horizonte. Segundo a denúncia do Ministério Público, o homicídio de Osmar Marques de Oliveira ocorreu em 17 de setembro de 2021. No dia, o idoso ingeriu bebida alcoólica e decidiu fazer xixi na rua, o que levou à disseminação de boatos sobre ele estar exibindo as partes íntimas para crianças. A falsa acusação partiu de uma mulher que tinha envolvimento com o tráfico na Vila Andiroba e terminou com a morte da vítima a pauladas e pedradas. O corpo de Osmar foi encontrado às margens do Anel Rodoviário, no Parque Guilherme Lage, em BH (relembre no vídeo acima). "Ele estava simplesmente urinando na via pública e essa mulher passou com o filho dela e não gostou da situação. Como ela tem um poder e domínio, ela ligou [para os criminosos] e mentiu", afirmou a delegada Mônica Carlos, da Polícia Civil, em novembro de 2021. Ao todo, sete pessoas foram acusadas de participar do crime, incluindo a mulher e os três homens julgados pelo Tribunal do Júri nesta semana. Alguns suspeitos tiveram o processo desmembrado e, por isso, foram a julgamento separadamente. Absolvição Na sessão desta terça-feira, o Conselho de Sentença votou pela absolvição do trio, seguindo pedido do próprio Ministério Público, que considerou não haver provas suficientes para autoria do crime e para a condenação. Outros envolvidos no linchamento já foram julgados em processos separados: Em abril de 2024, um dos acusados foi condenado a 16 anos e sete meses de prisão por homicídio qualificado. Em outubro do mesmo ano, outro réu recebeu pena de nove anos e seis meses por homicídio contra maior de 60 anos. Duas pessoas foram absolvidas na mesma data. LEIA TAMBÉM: Falsa acusação de pedofilia levou a linchamento de idoso, diz polícia: 'Viram que mataram um inocente'