Retrospectiva 2025: depois de intoxicações e apreensões, São Tomé das Letras registra alívio nos casos ligados a 'doces mágicos'
Brigadeiros de maconha Divulgação Ao longo de 2025, São Tomé das Letras (MG) viveu uma mobilização inédita em torno dos chamados “brisadeiros”, “d...
Brigadeiros de maconha Divulgação Ao longo de 2025, São Tomé das Letras (MG) viveu uma mobilização inédita em torno dos chamados “brisadeiros”, “doces mágicos”, “brigaconha”, “brownies mágicos” e outros alimentos que, segundo a prefeitura e especialistas, poderiam conter substâncias ilícitas e psicotrópicas, oferecendo riscos graves à saúde de turistas. 📲 Siga a página do g1 Sul de Minas no Instagram O alerta começou em março, quando a prefeitura divulgou um comunicado nas redes sociais orientando visitantes a não consumirem os produtos. O município informou que, apenas nos dois primeiros meses do ano, ao menos 13 turistas haviam procurado atendimento médico após ingerir os doces, apresentando sintomas como alucinações, vômitos, diarreia, náusea, mal-estar, boca seca, palpitações e desconforto no peito. Segundo a administração municipal, os alimentos não tinham procedência garantida, eram vendidos sem autorização e poderiam conter, além de cannabis, drogas sintéticas, cogumelos alucinógenos, medicamentos psicotrópicos e até substâncias como amônia. Leia também: ‘Doces mágicos’: alucinógenos usados em alimentos podem levar à esquizofrenia e até à morte Polícia apreende centenas de "brisadeiros" e doces mágicos" em São Tomé das Letras Polícia Militar/Divulgação Especialistas reforçaram o alerta ao g1, destacando que o consumo de substâncias alucinógenas em alimentos prolonga os efeitos e os riscos, já que a absorção é mais lenta pelo organismo. “O que essas substâncias fazem é alterar a forma como o nosso aparelho sensorial, na parte que analisa as informações do nosso cérebro, integram isso e, de alguma forma, a gente perde também a capacidade de julgar o que é real e o que não é real”, explicou o psiquiatra Frederico Garcia, na ocasião. O psiquiatra explicou ainda que essas drogas atuam no sistema nervoso central, podendo causar alucinações, delírios, desencadear quadros psiquiátricos como esquizofrenia em pessoas predispostas e, em casos extremos, levar à morte por condições como a síndrome serotoninérgica. Segundo ele, além dos efeitos no cérebro, o preparo artesanal e sem controle pode expor o consumidor a contaminantes e substâncias tóxicas. São Tomé das Letras faz alerta para venda de doces com substâncias ilegais Operação Fake Duas semanas depois, ainda em março, a Polícia Militar realizou a operação “Fake” e apreendeu quase 400 unidades de produtos suspeitos, entre “brisadeiros”, brownies e cookies “mágicos”, cogumelos e palhas italianas com cannabis. Dez pessoas, oito homens e duas mulheres, foram detidas, ouvidas e liberadas. O material foi encaminhado para a delegacia de Três Corações, e um inquérito foi instaurado. Três meses depois do início da mobilização, a coordenadora das Vigilâncias Sanitária e de Saúde, Thayná Brito, informou que não houve novos atendimentos médicos relacionados aos doces após a campanha de conscientização. 'Brisadeiro': brigadeiros com maconha são apreendidos pela PM Divulgação / Polícia Militar “O propósito principal dessa campanha foi por conta do impacto na saúde. Eu sou nativa, cresci em São Tomé com os meus pais, vendo toda a história, a evolução e, de repente, tudo isso tomou uma proporção onde São Tomé ganhou uma visibilidade gigantesca por conta da venda desses produtos. Eu sou farmacêutica e isso era algo que me incomodava”, afirmou a coordenadora. Segundo ela, o objetivo da ação foi reduzir os impactos à saúde e enfrentar a visibilidade negativa que o tema trouxe para a cidade. A Vigilância destacou ainda que, por se tratar de alimentos artesanais de livre comércio, a atuação ocorre principalmente via orientação e denúncias, com apoio da Polícia Militar quando há indícios de ilegalidade. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas