Morre mulher que comeu ‘falsa couve’ em MG
Claviana Nunes da Silva morreu após ingerir "falsa couve" em Patrocínio. Redes Sociais/Reprodução A mulher que comeu a planta tóxica conhecida como "falsa ...

Claviana Nunes da Silva morreu após ingerir "falsa couve" em Patrocínio. Redes Sociais/Reprodução A mulher que comeu a planta tóxica conhecida como "falsa couve" morreu na segunda-feira (13). Claviana Nunes da Silva, de 37 anos, estava internada em Patrocínio, no Alto Paranaíba, desde 8 de outubro e o estado de saúde dela piorou no domingo (12), por lesão grave no cérebro. A morte foi anunciada pela Secretaria Municipal de Saúde de Patrocínio e confirmada pelo g1 com a funerária. O velório de Claviana está marcado para às 7h desta terça-feira (14), na Funerária do Baiano, em Guimarânia, no Alto Paranaíba. O sepultamento ocorrerá às 17h no Cemitério Municipal. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Triângulo no WhatsApp Outras três pessoas foram internadas após ingerirem a Nicotiana glauca. Delas, um homem de 67 anos teve o estado menos grave e recebeu alta médica em 9 de outubro, um dia após a intoxicação. Dois homens seguem internados. Confira o estado de saúde delas: Homem, 60 anos: quadro grave. Está em coma induzido, dependente de aparelhos para respirar, sem condições de suspender a sedação. A equipe médica aguarda a resposta ao novo antibiótico para melhorar os parâmetros infecciosos. Homem, 64 anos: foi extubado no sábado (11). Segue estável, e a equipe médica avalia a proposta de alta nos próximos dias. Família passa mal após consumir planta tóxica em Patrocínio Família socorrida com sintomas de envenenamento Na quarta-feira (8), por volta das 15h, quatro pessoas passaram mal pouco depois do almoço e foram atendidas por equipes do Corpo de Bombeiros, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Militar. No momento do socorro, as vítimas chegaram a sofrer parada cardiorrespiratória, mas os socorristas conseguiram reverter o quadro ainda no local. Elas foram encaminhadas em estado grave para a Santa Casa de Patrocínio e para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Entre os intoxicados estavam a mulher de 37 anos e três homens, de 60, 64 e 67 anos. Um deles, de 67 anos, recebeu alta na quinta-feira (9). Uma criança de 2 anos também foi hospitalizada, mas apenas para observação, já que não chegou a ingerir a planta. Nicotiana glauca Corpo de Bombeiros/Divulgação Vítimas confundiram planta com couve A intoxicação ocorreu durante um almoço em família em uma chácara na zona rural. O vegetal foi colhido no próprio terreno e servido refogado na refeição. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a família havia se mudado recentemente para a chácara e acreditava que a planta era couve, devido à semelhança com o vegetal. A Secretaria de Saúde informou que parte da “falsa couve” foi encontrada na arcada dentária da mulher e encaminhada, junto com outras folhas da planta, para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar o caso. A principal linha de apuração é envenenamento acidental. Como diferenciar a 'falsa couve' da verdadeira A Nicotiana glauca, planta conhecida como 'falsa couve' tem características físicas que podem diferenciá-la da couve verdadeira. Entre elas, estão: folhas um pouco mais finas, textura aveludada e coloração verde-acinzentada. As informações foram confirmadas pela professora Amanda Danuello, especialista em química de produtos naturais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). "Enquanto a couve que a gente consome tem a folha mais grossa e nervuras bem marcadas, a Nicotiana glauca tem um verde mais vivo. Mas, ainda assim, se você não tem uma do lado da outra, fica bastante difícil a diferenciação. A dica é não consumir nada que você não tenha certeza da procedência", afirmou a especialista. Ainda de acordo com a professora, a ingestão da Nicotiana glauca pode causar intoxicação grave e até levar à morte. Falsa couve tem folhas mais finas, textura aveludada e coloração verde acinzentado. Polícia Militar/Divulgação LEIA TAMBÉM: Festa termina com convidado morto e outros internados por suspeita de intoxicação Morte de funcionário após churrasco de empresa foi causada por agrotóxico Homem apanha de paciente e acaba preso após importunação sexual em UBS Preparo influencia na toxicidade da planta A Nicotiana glauca, também chamada de charuteira, tabaco-arbóreo ou popularmente como 'fumo bravo' , é uma planta extremamente tóxica, comum em áreas rurais e à beira de estradas em todo o Brasil. Conforme a professora da UFU, a planta contém uma substância chamada anabazina, um alcaloide que pode causar paralisia muscular, respiratória e até levar à morte. A especialista alerta que o modo de preparo também influencia na gravidade da intoxicação. "Ela é bastante comum em áreas rurais, em todo o Brasil, na beira de estradas. Infelizmente, ela é bem comum e facilmente confundida com a couve. Dependendo da forma como é consumida, crua ou cozida, isso vai alterar a quantidade dessa substância tóxica que a pessoa vai consumir, podendo levar a efeitos ainda mais graves", explicou. Em casos de ingestão da 'falsa couve', não existe nenhum tipo de antídoto que possa ser administrado em casa. A indicação é procurar imediatamente atendimento médico, pois quanto mais rápido for o socorro, maiores são as chances de evitar complicações graves da intoxicação. Três pacientes seguem internados na Santa Casa de Patrocínio Paulo Barbosa/TV Integração VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas