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'Lugar errado, hora errada': empresário tenta justificar morte de gari em troca de mensagens com esposa delegada

Por mensagem, Renê afirmou que estava no lugar errado e na hora errada Reprodução Em uma troca de mensagens recuperadas pela polícia, o empresário Renê da...

'Lugar errado, hora errada': empresário tenta justificar morte de gari em troca de mensagens com esposa delegada
'Lugar errado, hora errada': empresário tenta justificar morte de gari em troca de mensagens com esposa delegada (Foto: Reprodução)

Por mensagem, Renê afirmou que estava no lugar errado e na hora errada Reprodução Em uma troca de mensagens recuperadas pela polícia, o empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, afirmou à esposa delegada que "estava no lugar errado e na hora errada" quando atirou no gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos. A imagem foi obtida pelo g1 (veja acima). Renê Júnior foi preso em uma academia de luxo e, antes de ser levado à delegacia, enviou um áudio para Ana Paula dizendo que estava no estacionamento e havia sido abordado por policiais. “Estava no lugar errado na hora errada. Amor, eu não fiz nada”, disse na última mensagem enviada à esposa. Vídeos mostram empresário exibindo armas e atirando com espingarda Renê foi indiciado no último dia 29 por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça. Ele é acusado de atirar e matar Laudemir após se irritar no trânsito com a presença de um caminhão de lixo. A mulher do empresário também foi indiciada por porte ilegal de arma de fogo, porque permitiu que o marido usasse sua arma. Dias depois do crime, ele confessou o assassinato à polícia. No entanto, antes de admitir, Renê ainda tentou negar o envolvimento. Já em outra mensagem, Renê Júnior pediu à esposa, a delegada da Polícia Civil Ana Paula Lamêgo Balbino, que entregasse uma arma diferente da usada no crime. Na delegacia, ele mandou nova mensagem pedindo que ela entregasse uma pistola 9 milímetros, e não a arma usada no crime, uma pistola calibre 380. “Entrega a nove milímetros. Não pega a outra. A nove milímetros não tem nada”, escreveu Renê. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MG no WhatsApp Em troca de mensagens, Renê pede para delegada entrar outra arma Reprodução Sem resposta De acordo com o inquérito, Ana Paula não respondeu às mensagens nem concordou com o pedido do marido. Renê foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Esses agravantes podem pesar contra ele no julgamento. Se condenado, a pena pode chegar a 35 anos de prisão. Por ser servidora pública, Ana Paula pode ter a pena aumentada em até 50%, além da punição prevista para o crime, que varia de dois a quatro anos de prisão. A decisão será tomada pelo Poder Judiciário. Exibição de armas Vídeos mostram que o empresário tinha o hábito de exibir armas e o distintivo de sua esposa. Em outras imagens, ele aparece atirando para fora da varanda de uma casa usando uma espingarda numa festa de réveillon (veja abaixo). Vídeo mostra empresário que matou gari exibindo armas e atirando de varanda Em uma das filmagens, ele está acompanhado de outras pessoas que parecem estar em uma comemoração e faz um disparo para o alto. Não há confirmação do ano em que a gravação foi feita. Nas imagens do vídeo acima, cuja data não foi informada, uma pessoa se movimenta por uma casa até uma varanda. Um homem aparece segurando a arma, à noite. "Não vai explodir isso aqui, não? O impacto...", questiona uma mulher, enquanto o homem segura a arma para fora da varanda. "Isso aí acerta mais de 200 metros", diz outra mulher. Ao fundo, ouvem-se ruídos que parecem ser fogos. Logo em seguida, Renê aparece ao lado do homem e pega a arma da mão dele. "Já está armada", diz o homem para Renê, que mira para a frente. A imagem mostra uma noite escuro e não é possível saber o que há na frente da varanda. Novamente, é possível ouvir barulho que parece ser de fogos. "Pode ir, pode ir. Filma aí, amor. Filma aí. Vai lá, Renezão.", diz um homem enquanto o empresário mira para a frente. Renê, então, atira e se vira, sorrido. "É tiro e queda, né", diz o homem. "É, isso aqui... Isso aqui, meu irmão, pegou, arranca perna", diz Renê, sorrindo. Os ruídos de fogos voltam a ser ouvidos ao fundo. Relembre Laudemir foi morto no dia 11 de agosto, na esquina das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, em Belo Horizonte. Testemunhas contaram que o gari estava trabalhando na coleta quando o empresário passou de carro pela rua e exigiu que o caminhão de lixo fosse retirado da via para que ele conseguisse passar com seu carro, um veículo elétrico BYD. Em um perfil em uma rede social, com quase 30 mil seguidores, Renê Júnior se apresenta como "Christian, husband, father & patriot" (em português: cristão, marido, pai e patriota). No perfil profissional, Renê se intitula CEO da empresa Fictor Alimentos. Em nota, a Fictor Alimentos LTDA confirmou que Renê era prestador de serviços da organização havia cerca de duas semanas e foi desligado. Já a Fictor Alimentos S/A negou qualquer vínculo empregatício com ele. Além disso, Renê cita que já trabalhou em grandes empresas multinacionais do ramo alimentício e de bebidas. A mulher que dirigia o caminhão de lixo quando Renê exigiu que fosse aberto caminho passar ele com seu carro afirmou que havia espaço suficiente na rua. O empresário teria se irritado e ameaçado atirar na motorista. Os garis tentaram intervir e pediram que ele se acalmasse, mas ele atirou A vítima foi socorrida pela Polícia Militar e levada em uma viatura para o hospital, onde morreu. A prefeitura informou que Laudemir prestava serviços por meio de uma empresa terceirizada de limpeza. LEIA TAMBÉM: Veja linha do tempo do caso Confissão de empresário pode diminuir eventual pena? Subcorregedoria da polícia abre inquérito para investigar conduta de delegada Laudo aponta que arma usada por empresário era de delegada Cristão, patriota e marido de delegada: quem é o empresário suspeito de atirar e matar gari Quem é o empresário que atirou em gari em briga de trânsito Confira os vídeos mais vistos no g1 Minas:

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